Joana Ribeiro - "É impressionante ver como as coisas resultam graças à equipa"
Ganhou o casting para ‘Dancin’ Days’. Como foi ver-se no ecrã?
Muito estranho. Sou eu e, ao mesmo tempo, não sou… Nunca me tinha visto na televisão. Só em vídeos caseiros, de família. Ainda me estou a habituar. Vai levar algum tempo. E a voz também parece diferente. É uma experiência gira vermo-nos na televisão a interagir com outras pessoas.

Considera que foi por sorte que ficou com este papel?
Na vida de um actor a sorte é fundamental. Por muito que estudemos, por muito bons que sejamos, por muito dinheiro que se possua, por muito que tenhamos a nosso favor é sempre preciso o factor sorte.
Como avalia o seu trabalho?
Sou a minha pior crítica. Quando vejo uma cena gravada acho sempre que poderia ter feito diferente, ter feito melhor. Todos somos assim, queremos ser perfeccionistas.
Nota que evoluiu desde as primeiras cenas?
Noto diferença. Depois das primeiras gravações comecei logo a sentir-me à vontade e até a brincar com o texto. Houve cenas em que parecia estar a debitar um texto, fiquei horrorizada. Mas estou a adorar ver a novela, mais pelas cenas com os outros actores do que pelas minhas. Já conheço a minha história, mas desconheço a dos outros personagens. Quando acaba um episódio fico empolgada e penso: ai meu Deus, será que a Júlia e o Duarte se vão reencontrar?
Os pais e o seu irmão, que acham do seu trabalho?
Ainda no outro dia, o meu irmão sentou-se ao meu lado a ver um episódio que tínhamos gravado. A minha família não tem o hábito de ver novelas e agora seguem todos os dias. Estou a sentir-me apoiada. No começo provocavam-me dizendo que tinha ficado com o papel porque a personagem era igualzinha a mim quando tinha 16 anos.
Era irreverente como a Mariana?
Os meus pais dizem que sim, mas não era tão arrogante. Os 16 anos são uma idade complicada. Começa-se a querer sair à noite, a estar com os amigos e a não dar cavaco a ninguém. E quanto mais os meus pais nos proibem de sair, mais insistimos. Mas esta fase passa e voltamos a gostar de estar mais em casa.
Anovela retrata bem a realidade dos jovens desta idade?
Retrata. As pessoas revêem-se nas personagens. Posso dizer que me revi, em alguns aspectos, e numa determinada fase da minha vida, com a Mariana.
Vai ser difícil interpretar o papel de mãe adolescente?
Não sei o que é ter um filho aos 16 anos, mas pondo-me nesse lugar entraria em pânico, porque a nossa vida fica virada de pernas para o ar. Passa-se de criança a mulher, as prioridades mudam. Em termos de representação é um desafio. Estou contente por fazer uma personagem tão rica, que passa por fases tão distintas em tão pouco tempo e sempre com uma grande carga emocional.
Qual foi a cena mais complexa que gravou?
A cena que exigiu mais de mim foi feita com a Soraia, que interpreta a minha mãe, quando revelei estar grávida. Foi muito difícil, porque era um momento importante para a minha personagem e queria fazê-la o melhor possível.
Mudou de visual para este trabalho. Aceitou bem?
Tinha o cabelo comprido e cortaram-mo… Chorei! Pensei que era o fim da minha vida, mas a mudança ajudou-me a ver a Mariana.
O que a surpreendeu mais no universo das novelas?
O trabalho de bastidores. É impressionante ver como as coisas resultam graças à equipa que está por detrás disto. Nós damos a cara, mas sem o trabalho conjugado de muita gente, nada resultaria.

O estúdio já é um espaço menos estranho para si?
Já. No começo quase me virava de costas para a câmara…
Quando percebeu que queria mesmo ser actriz?
Desde pequenina que é o meu sonho e os meus pais sempre me incentivaram a ter aulas de representação. Diziam-me sempre que ainda iria ser actriz. Em 2011 fui para Nova Iorque fazer um workshop de representação em cinema. Foi lá que percebi que só seria realmente feliz a representar.
Quem pagou essa formação?
Os meus pais. Lá, até me senti um pouco culpada porque falava com outros jovens e toda a gente me dizia que tinha estado a poupar dinheiro ou a trabalhar para custear a formação. Neste momento, todo o dinheiro que estou a fazer na novela está numa conta poupança e será para pagar os meus estudos fora do País.
O seu namorado não tem ciúmes do beijos que dá ao Sisley Dias?
Ele sabe que é ficção, que faz parte da carreira. Nem acho que haja motivos para sentir ciúmes. Só há beijos entre o ‘acção’ e o 'corta'.
PERFIL
Joana Ribeiro, de 20 anos, é filha de um engenheiro e de uma veterinária. Tem um irmão de 16 anos. Estudou num colégio de freiras e na escola secundária do Restelo, em Lisboa. Ganhou o papel de Mariana em ‘Dancin’ Days’ num casting ao qual concorreram milhares de jovens candidatos.