Timor em destaque na Grande Reportagem!
Aos 8 anos ainda temos tudo por fazer, há muito para viver e para construir. Com um país não é muito diferente. Timor é um dos países mais jovens do mundo, celebrou este ano oito anos de independência e, se o mundo mudou muito em oito anos, Timor pouco mudou. Uma nova Grande Reportagem SIC, para ver este domingo, depois do Jornal da Noite.
30 de Agosto de 1999: A data ficou na história porque nesse dia, pela primeira vez, os timorenses puderam escolher livremente o seu futuro e o resultado não deixou dúvidas a ninguém: Timor disse ao mundo que queria ser independente e o mundo ganhou uma nova nação.
A independência viria a ser restaurada 3 anos depois e, como se de uma criança se tratasse, Timor experimentou dar os primeiros passos sozinho. Mas quem espera que uma criança comece a correr com esta idade?
Apesar de todas as ajudas da comunidade internacional, nomeadamente a presença da ONU no território, a última década fica marcada por uma crise permanente onde a violência deixou um rasto bem marcado. Os conflitos, armados e políticos, deixaram estradas por arranjar, hospitais, escolas e outras infra-estruturas básicas por reconstruir, deixaram os timorenses à espera da promessa que lhes foi feita.
Desde o atentado a Ramos Horta em 2008 que não voltou a registar-se nenhum episódio grave de violência. À parte de alguns conflitos entre jovens de artes marciais em alguns bairros e dos discursos políticos inflamados, a ONU, onde a GNR tem uma presença muito importante, parece ter a situação controlada. O perigo, reconhecido por todos os responsáveis políticos, agora é outro: o desemprego que alastra sem controlo e que pode tornar-se num drama social de dimensões incalculáveis.
Os primeiros orçamentos do primeiro Governo liderado por Mário Alkatiri pouco dinheiro tinham para gerir. Mas com o tempo Timor descobriu que afinal guarda debaixo do seu território uma riqueza incalculável de petróleo e gás natural. O chamariz não podia ser melhor: Países, que antes estavam do lado do inimigo Indonésia, tornaram-se nos melhores amigos de Timor, incluindo a própria Indonésia. Ramos Horta, presidente da República de Timor Leste, garante que o país fez as pazes com todos e que precisa de todos para se desenvolver. Estados Unidos, Austrália, Indonésia, China, Brasil e até vários países europeus fazem fila e, nas palavras do próprio primeiro-ministro, Xanana Gusmão, todos são bem-vindos porque é tudo uma questão de preço.
“O coração não pode falar nos negócios. A amizade já acabou”, diz Xanana à SIC. A carapuça serve na perfeição a Portugal, o país que durante anos levantou ao mundo a bandeira de Timor e que hoje tem apenas três grandes empresas neste país: A Caixa Geral de Depósitos, a Portugal Telecom e a Ensul. Parece pouco, sobretudo quando Timor escolheu o português como língua oficial.
Nos últimos anos o Estado português tem-se preocupado sobretudo em enviar professores de português para o território. Neste momento são 120 que usam toda a criatividade disponível para ensinar uma língua que para a generalidade dos timorenses, pouco ou nada diz e a pressão, da Austrália sobretudo, para que o inglês se torne língua oficial é enorme e já divide alguma classe política.
Timor é um país à procura de uma identidade e ser independente depois de 500 anos de dependência é um processo difícil, que exige muita aprendizagem. 8 anos depois Timor é ainda um país por cumprir.
Grande Reportagem SIC, para ver este domingo, depois do Jornal da Noite.
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Jornalista: Anselmo Crespo
Imagem: Rui do Ó
Edição: Ricardo Tenreiro
Grafismo: Carla Gonçalves
Produção: Isabel Mendonça
Coordenação: Cândida Pinto
Direcção de Informação: Alcides Vieira
30 de Agosto de 1999: A data ficou na história porque nesse dia, pela primeira vez, os timorenses puderam escolher livremente o seu futuro e o resultado não deixou dúvidas a ninguém: Timor disse ao mundo que queria ser independente e o mundo ganhou uma nova nação.
A independência viria a ser restaurada 3 anos depois e, como se de uma criança se tratasse, Timor experimentou dar os primeiros passos sozinho. Mas quem espera que uma criança comece a correr com esta idade?
Apesar de todas as ajudas da comunidade internacional, nomeadamente a presença da ONU no território, a última década fica marcada por uma crise permanente onde a violência deixou um rasto bem marcado. Os conflitos, armados e políticos, deixaram estradas por arranjar, hospitais, escolas e outras infra-estruturas básicas por reconstruir, deixaram os timorenses à espera da promessa que lhes foi feita.
Desde o atentado a Ramos Horta em 2008 que não voltou a registar-se nenhum episódio grave de violência. À parte de alguns conflitos entre jovens de artes marciais em alguns bairros e dos discursos políticos inflamados, a ONU, onde a GNR tem uma presença muito importante, parece ter a situação controlada. O perigo, reconhecido por todos os responsáveis políticos, agora é outro: o desemprego que alastra sem controlo e que pode tornar-se num drama social de dimensões incalculáveis.
Os primeiros orçamentos do primeiro Governo liderado por Mário Alkatiri pouco dinheiro tinham para gerir. Mas com o tempo Timor descobriu que afinal guarda debaixo do seu território uma riqueza incalculável de petróleo e gás natural. O chamariz não podia ser melhor: Países, que antes estavam do lado do inimigo Indonésia, tornaram-se nos melhores amigos de Timor, incluindo a própria Indonésia. Ramos Horta, presidente da República de Timor Leste, garante que o país fez as pazes com todos e que precisa de todos para se desenvolver. Estados Unidos, Austrália, Indonésia, China, Brasil e até vários países europeus fazem fila e, nas palavras do próprio primeiro-ministro, Xanana Gusmão, todos são bem-vindos porque é tudo uma questão de preço.
“O coração não pode falar nos negócios. A amizade já acabou”, diz Xanana à SIC. A carapuça serve na perfeição a Portugal, o país que durante anos levantou ao mundo a bandeira de Timor e que hoje tem apenas três grandes empresas neste país: A Caixa Geral de Depósitos, a Portugal Telecom e a Ensul. Parece pouco, sobretudo quando Timor escolheu o português como língua oficial.
Nos últimos anos o Estado português tem-se preocupado sobretudo em enviar professores de português para o território. Neste momento são 120 que usam toda a criatividade disponível para ensinar uma língua que para a generalidade dos timorenses, pouco ou nada diz e a pressão, da Austrália sobretudo, para que o inglês se torne língua oficial é enorme e já divide alguma classe política.
Timor é um país à procura de uma identidade e ser independente depois de 500 anos de dependência é um processo difícil, que exige muita aprendizagem. 8 anos depois Timor é ainda um país por cumprir.
Grande Reportagem SIC, para ver este domingo, depois do Jornal da Noite.
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Jornalista: Anselmo Crespo
Imagem: Rui do Ó
Edição: Ricardo Tenreiro
Grafismo: Carla Gonçalves
Produção: Isabel Mendonça
Coordenação: Cândida Pinto
Direcção de Informação: Alcides Vieira