O Amor Não Mata em Grande Reportagem SIC
Por que batem os homens nas mulheres? Madalena viveu 34 anos sem licença para usar o sofá, sem direito a palavra, cinco filhos paridos ao ritmo da pancada.
Apesar de trabalhar, o marido era quem ordenava a vida, dava-lhe um euro por dia. Saiu de casa em Dezembro, o rosto desfigurado.
Paula demorou 22 anos a assumir que também era vítima. Licenciada e com lugar num hospital, recusava acreditar que o marido era o pior pesadelo. Anos sem conta, Idalina pensou que morria; um dia, matou para não ser morta. Tinha 68 anos, o machado na mão.
António, agressor condenado, conta o outro lado da história. Cláudia nunca foi agredida, mas foi vítima duas vezes – primeiro, viu a mãe ser assassinada; depois, a irmã espancada. Tinha 12 anos. Nas casas de abrigo para vítimas de violência doméstica vivem muitas vezes mais miúdos do que mulheres.
A SIC mostra pela primeira vez esta curiosa realidade, o olhar das crianças é passaporte para a rotina numa casa de abrigo. Há mais lei e mais apoios, mas o tempo da Justiça ainda não é o das vítimas. Mulheres de todas as idades e classes sociais representam 85% das vítimas.
O ano passado foram assassinadas 43. Este é o ‘Retratos do terrorismo íntimo’.
Ficha Técnica:
Jornalista: Ana Sofia Fonseca
Repórter de Imagem: Paulo Cepa
Edição de Imagem: Luís Gonçalves
Grafismo: Paulo Alves
Produção: Sónia Ricardo